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Foto do escritorMárcio Leal

Brasil tem 3º maior mercado mundial de energia eólica



A indústria eólica global alcançou um marco histórico em 2023, mostra o relatório Global Wind Report, lançado pelo Conselho Global de Energia Eólica (GWEC, sigla em inglês) na terça-feira (16/4). Foram instalados um recorde de 117 gigawatts (GW) em nova capacidade - aumento de 50% em relação a 2022.

 

Da potência total instalada, 106 GW se referem a projetos terrestres, enquanto eólicas offshore totalizaram 10,8 GW de capacidade instalada. Houve a instalação de plantas movidas pelo vento em 54 países, em todos os continentes.

 

A China liderou as novas instalações comissionadas no ano passado, contribuindo com 65% do total adicionado – 75 GW de nova capacidade. O número impulsionou um ano recorde para a região Ásia-Pacífico, com um aumento anual de 106%.

 

A América Latina também registrou um crescimento notável, com um aumento de 21%. O destaque ficou com as novas instalações no Brasil, que totalizaram 4,8 GW e colocaram o país como o 3º maior mercado globalmente.

 

Impulsionado pelo objetivo estabelecido na COP28 de triplicar as fontes renováveis de energia até 2030 para manter o aquecimento global limitado a 1,5°C sobre os níveis pré-industriais, o GWEC elevou a previsão de crescimento para o período de 2024-2030 (1.210 GW) em 10%. Esse aumento deve ser impulsionado pelo desenvolvimento da energia eólica offshore e promete expansão nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento.

 

Legislação

 

Em 2021, o senador Jean Paul Prates – hoje presidente da Petrobras – apresentou o projeto de lei 576/2021 para regulamentar a outorga de autorizações para aproveitamento de potencial energético offshore. Aprovado pelo Senado em 2022, o projeto tramitou na Câmara dos Deputados e, no final do ano passado, foi aprovado em sua essência.

 

Entretanto, os deputados incluíram no texto alguns “jabutis” – que são alterações legislativas que não se enquadram no escopo do projeto em tramitação -, como dispositivos que beneficiam termelétricas movidas a carvão mineral e projetos de gás fóssil. Por isso, ele retornou ao Senado no dia 10 de abril deste ano, agora como Substitutivo ao Projeto de Lei 576/2021.

 

O setor de energia eólica está se mobilizando no Senado para derrubar os “jabutis” e poder dar andamento efetivo à regulação das eólicas offshore. A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, afirmou que tem se articulado com parlamentares e vai enviar uma carta para o relator da matéria, o senador Weverton (PDT-MA), e o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com a proposta de retirar itens estranhos ao texto original.

 

A demora na aprovação da legislação está causando um processo de desindustrialização na cadeia eólica brasileira, com fabricantes de torres, turbinas, nacelles e pás operativas, entre outros insumos, parando ou diminuindo a produção devido à baixa demanda de contratos no mercado interno. Elbia Gannoum explica que segmento vinha experimentando recordes de crescimento desde 2018, mas, em meados de 2022, o preço de referência da energia elétrica, conhecido como Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), caiu para patamares mínimos, o que inviabilizou a expansão.

 

Por outro lado, a diretora de Políticas Brasil do GWEC, Roberta Cox, reforça que a decisão da COP28 é uma oportunidade para o Brasil se tornar um fornecedor global de equipamentos. “Neste cenário, já em 2026 vai faltar equipamentos, como pás, torres, nacelles e minerais. Como o Brasil tem uma cadeia estabelecida, pode aproveitar estes nichos e se tornar um fornecedor, já que o mercado interno não tem absorvido essa oferta.”

 

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