Curta brasileiro destaca papel do surfe para a saúde mental

Enquanto muitos brasileiros e brasileiras se apaixonaram pelo surfe assistindo a geração de ídolos no circuito mundial, que ficou conhecida como Brazilian Storm, outras pessoas encontraram no esporte um estilo de vida e uma forma de cuidar da saúde mental. Esse é o tema explorado pelo curtametragem Presence (2023), que integra a Seleção Oficial do Bilbao Surf Film Festival, que ocorre entre os dias 28 de fevereiro e 3 de março, na Espanha.

O filme acompanha a jornada da surfista amadora Thati Braun. A brasileira enxerga o mar como um local de aprendizado para lidar com suas crises de ansiedade. “O oceano é um grande professor, que nos ensina a respeitar o seu tempo e ritmo. É uma grandiosidade sobre a qual não temos nenhum controle, como muitas situações da vida. Espero que o filme inspire outras pessoas que estão na jornada pelo bem-estar a encontrar no surfe uma conexão espiritual e uma ferramenta para lidar com dificuldades”, diz Thati.

A direção do filme é das brasileiras Luiza de Andrade e Bia Vilela, conhecidas no mercado audiovisual pelo nome Figas. "A ansiedade é uma epidemia silenciosa da contemporaneidade e a Thati já esteve neste lugar. Ver o efeito do surfe na saúde mental foi uma experiência reveladora sobre o potencial que esse esporte tem de nos conectar com a natureza e com nós mesmos. A concentração que o surfe exige para ler os sinais do mar proporciona uma disciplina muito íntima, um atalho para a serenidade que precisamos tanto atualmente", reflete Luiza.

"Nesta altura da vida, já tivemos experiência para entender que a vida é cíclica. Num dia estamos no topo, outro dia estamos no fundo, num azul profundo e incógnito, também conhecido como ansiedade, depressão, melancolia. É importante reconhecer que se trata de apenas uma fase para ter força para voltar para a superfície, respirar e se recuperar para a próxima jornada, a próxima onda. O novo sempre vem. Isso é o que há de mais bonito no surf e na vida", afirma Bia Vilela.