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Foto do escritorMárcio Leal

Onde estão os créditos de carbono brasileiros?



Estimativas não faltam sobre o potencial bilionário dos créditos de carbono florestais e a oportunidade do Brasil como um dos grandes vendedores desses ativos naturais. Mas saber quais são e onde estão os projetos de proteção e restauro de vegetações nativas era um processo difícil.


Para dar maior transparência a essas iniciativas, o Idesam - organização da sociedade civil que atua na Amazônia - desenvolveu um painel interativo que reúne as informações publicamente disponíveis pela certificadora Verra sobre as iniciativas que geram (ou pretendem gerar) carbono florestal no Brasil. A ferramenta inclui apenas os créditos para atividades como desmatamento evitado (também conhecidos como REDD+), restauro florestal e agricultura, recorte que contempla a maior parte dos projetos do país.


"A única maneira de saber mais sobre os projetos era entrar na plataforma da Verra, baixar planilhas e outros documentos e ler tudo, um por um”, conta Victoria Bastos, líder da área de serviços ambientais do Idesam. Navegar pelo site da certificadora e saber onde encontrar os vários indicadores não é trivial. "Quando começamos a fazer o levantamento, já tínhamos percebido que a cada mês aparecia algo novo, mas não existia um lugar para acessar as informações de forma rápida e visual."


Hoje, o Painel Projetos de Carbono Florestal consegue consolidar alguns dados importantes:


  • 139 projetos

  • 33 já emitiram créditos

  • 96 têm algum co-benefício socioambiental

  • 60 desenvolvedores

  • 99% dos créditos emitidos vêm da Amazônia Legal

  • 95% dos projetos são realizados em áreas privadas

  • 1,8 bilhão de créditos estimados entre 2020-2050


A interface também mostra a localização de cada um deles no mapa e detalhes responsáveis, tamanho da área coberta e produção esperada – cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2 que deixou de ser emitida ou foi retirada da atmosfera. E mostra todos os projetos cadastrados na certificadora, incluindo os ainda em análise. Dos 139 que constam da base de dados, mais da metade ainda se encontra em fase de validação e somente 33 emitiram créditos.


Bahia


O Painel apresenta quatro projetos de crédito de carbono na Bahia, todos em fases diferentes, sendo que apenas um está em desenvolvimento:


Projeto de reflorestamento apresentado em 20 de julho de 2023, ainda está em fase inicial de análise. A proposta é desenvolvê-lo inicialmente em 236,5ha da Fazenda Novo Horizonte, em Trancoso/Porto Seguro. A expansão envolve mais 50 mil hectares no sul do estado, além de 15 mil hectares de restauração ecológica e 5 mil hectares de agrofloresta de coco.


Projeto sediado em Mascote ainda está em desenvolvimento e prevê ações de restauração florestal em todo o Sul da Bahia, desde Valença. O processo prevê plantação de espécies nativas e não-nativas, plantação enriquecida - que é a plantação de árvores em flores degradadas - e regenração natural assistida. Ainda prevê ações agroflorestais.


Projeto de restauração florestal a ser realizado inicialmente em 346,5ha em Eunápolis foi rejeitado em primeira análise pela certificadora. Foi dado novo prazo (de 23/5/2024 a 23/2/2025) para serem apresentadas as correções necessárias pontadas.


Projeto em execução de 6 de abril de 2020, sediado em Igrapiúna, na APA de Pratigi, já está na verificação de seu segundo relatório de monitoramento (referente a 13/7/2016 a 5/11/2021). A primeira instância do projeto alcançou, nesse período, uma remoção de 3.302 toneladas de CO2e, o que significa 4.845 toneladas de CO2e após 10 anos do início da instância, com a restauração ecológica de 79,5ha. Já a segunda instância envolve 66,28ha , com remoção de 1.391 toneladas de CO2e.


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