Prêmio reconhece terreiros que promovem justiça ambiental
- Márcio Leal

- 10 de jul.
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Estão abertas, até 4 de agosto, as inscrições no edital Mãe Beata de Iemanjá Contra o Racismo Ambiental. Prêmio do governo federal vai reconhecer ações voltadas à promoção da justiça ambiental realizadas por povos e comunidades tradicionais de terreiro e de matriz africana.
Serão selecionadas 54 iniciativas já realizadas ou em andamento, sendo duas por estado, que vão receber R$ 15 mil cada. "Esse prêmio é ainda mais relevante em ano de COP30, uma vez que o Ministério tem defendido a pauta da participação dos afrodescendentes, povos e comunidades tradicionais e de matriz africana nas negociações sobre clima e meio-ambiente", afirma a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A inscrição deve ser efetuada por pessoa física com CPF que seja a autoridade máxima do Povo e Comunidade Tradicional do Terreiro e de Matriz Africana, pessoa indicada pela autoridade máxima ou representante legal. Entre as iniciativas que podem concorrer, estão:
Eventos Climáticos Extremos: ações que abordam problemas como queimadas, enchentes, inundações, deslizamentos de terra, estiagem, ondas de calor ou frio, períodos de secas prolongadas, poluição e outros eventos climáticos extremos que afetam o terreiro e a comunidade local;
Saneamento Básico: ações relacionadas a falta de serviços básicos de água, esgoto, coleta seletiva de resíduos, limpeza urbana e rural, demonstrando impactos educacionais e ambientais das atividades;
Segurança Alimentar e Nutricional: ações que promovam a segurança nutricional alinhadas às práticas de proteção e preservação do meio ambiente e/ou de segurança alimentar às comunidades afetadas pelo racismo ambiental;
Mobilização Política e Social: mobilização do terreiro e da comunidade local na recuperação de áreas degradadas, na proteção de áreas ameaçadas de degradação e na manutenção das áreas de proteção ambiental;
Práticas autossustentáveis: ações sustentáveis do solo, manejo adequado de resíduos sólidos (compostagem/reciclagem), canteiros de ervas e hortas comunitárias, uso e manejo racional de água, cuidado com nascentes, rios, mares e manguezais, bem como, a preservação de matas ciliares.
Mãe Beata de Iemanjá
Nascida Beatriz Moreira Costa, em 20 de janeiro de 1931, em Cachoeira (BA), a líder religiosa foi referência nos campos da cultura e da religiosidade de Matriz Africana, do ativismo antirracista e da luta pelos direitos humanos no Brasil. Em 1985, fundou, em Nova Iguaçu (RJ), o terreiro Ilê Omiojuarô, espaço não apenas de culto, mas também de acolhimento, resistência cultural e mobilização comunitária.
Além de liderança religiosa, Mãe Beata foi educadora popular e escritora. Defensora dos direitos humanos, em especial na defesa das mulheres negras e da liberdade religiosa, sua atuação ultrapassou os limites do terreiro, conectando espiritualidade, meio ambiente, saúde, cultura e política.
Engajada em campanhas de prevenção ao HIV/AIDS, combate à violência contra a mulher e promoção da justiça ambiental, Mãe Beata de Iemanjá fez da sua trajetória um exemplo vivo da intersecção entre saber ancestral e ação transformadora. Foi também presidenta de honra da ONG Criola, referência nacional na luta pelos direitos das mulheres negras.




Bom dia!!!a bença mãe muito bom essa iniciativa agente temos os mesmos direitos que as igrejas.