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Foto do escritorMárcio Leal

Formação de plateia é estratégia para reforçar audiovisual brasileiro


Regulamentação do streaming e cumprimento da Lei nº 13.006/2014 são ações essenciais para aproximar as crianças e jovens da produção audiovisual do país, formando plateias. Esse foi o principal debate realizado na 23ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, nessa sexta-feira (11/10).


Patrícia Barcelos, diretora de Políticas e Regulação da Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC) e integrante do Conselho Superior de Cinema e do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), contou que estamos falando em 47 milhões de crianças e jovens matriculadas na educação básica quando falamos em levar o cinema brasileiro para as escolas.


Esse público deveria estar tendo acesso ao audiovisual nacional, já que a Lei 13.006/2014 obriga a exibição de filmes brasileiros nas escolas. "Mas as realidades das escolas são muito diferentes. O desafio de pensar políticas públicas, no MEC e em outras instâncias, é pensar em como chegar a todas as pessoas nesse Brasil que é tão diverso", explicou Patrícia.


Está sendo elaborado um decreto para isso, com previsão de ser apresentado no final deste mês em reunião com o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação. "A maioria das escolas são estaduais ou municipais", lembrou. "Precisamos construir uma formação crítica. Políticas públicas devem ser feitas com planejamento estratégico, visando a construção de uma visão crítica do audiovisual a partir de identidade e aproximação."


A produtora, presidente do Santacine e membro do Comitê Gestor do FSA, Aline Belli, reforçou que, se a criança só recebe coisa que vem de fora, é para esse conteúdo que ela dará valor. "A formação de público vem da infância. Ela tem que conhecer a produção brasileira, respeitar, para aí poder amar e escolher assisti-la, principalmente depois que crescer".


Streaming


Já Tatiana Costa, presidente da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e integrante do Conselho Superior de Cinema, destacou que as discussões em torno da regulamentação do streaming no Brasil são determinantes para a formação de plateias desde a infância. "A situação é muito grave. Estamos entregando o nosso imaginário, as infâncias brasileiras, na mão das grandes plataformas, que fazem o que querem porque não tem regulamentação no Brasil."


Para ela, hoje o filme brasileiro não chega no público não é por falta de sala de cinema e, sim, porque não existe no país o pensamento de uma lógica de circulação e distribuição desse filme desde sua produção, além da ausência da criação de desejo nas pessoas de assistirem a esses conteúdos. "A longo prazo, a formação de público é fundamental. Não é só cinema em sala de aula, mas o cinema trabalhado no contexto das escolas. Se hoje o cenário é de uma hiper presença das telas, não vamos lutar contra isso e sim pensar em caminhos para que essas telas dialoguem com imaginários mais amplos."

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